SANEOURO ANUNCIA MEDIDAS PARA MINIMIZAR IMPACTOS DA FALTA DE ÁGUA

SANEOURO ANUNCIA MEDIDAS PARA MINIMIZAR IMPACTOS DA FALTA DE ÁGUA

Calor excessivo coloca em risco o abastecimento em Ouro Preto

Diante das consequências das sucessivas ondas de calor acima de qualquer média histórica em várias regiões do Brasil e da previsão de que tais eventos extremos voltarão a se repetir nos próximos meses, a Saneouro adotou algumas medidas com o objetivo de diminuir os impactos da falta de água em Ouro Preto. As informações foram divulgadas em coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira (23/11), no escritório administrativo da empresa.

A principal novidade é a adoção de manobras operacionais nos bairros e ruas abastecidos pelo reservatório do Projeto Sorria. Tais regiões passaram a receber água dia sim e dia não, da seguinte maneira: nos dias pares são abastecidos os bairros Centro (rua Conselheiro Quintiliano), Antônio Dias (Travessa das Lajes), Alto da Cruz e Taquaral; nos ímpares, o abastecimento vai para os bairros São Francisco (rua Vereador Miguel Alves Pereira), Morro São Sebastião, Morro São João, Morro Santana, Morro Queimada e Piedade.

“Sabemos o desconforto que é ficar sem água em casa e podem ter certeza que retomar as manobras que já fizeram parte do dia a dia da cidade no passado não era a nossa vontade. Mas foi a única forma de garantir o abastecimento a todos eles”, disse o superintendente da Saneouro, Evaristo Bellini. Ele conta que as manobras foram iniciadas em 21 de novembro e, por enquanto, não têm previsão de término.

Segundo ele, a Saneouro reforçou a frota de caminhões pipa no município para abastecimento em situações de emergência, o que contribui para minimizar os impactos da falta de água. Porém, a topografia de Ouro Preto inviabiliza o acesso dos veículos a alguns pontos. As equipes de manutenção de redes e de manobras também foram reforçadas, inclusive no horário da noite.

Em outubro de 2023, o consumo de água pelos bairros abastecidos pela ETA Itacolomi, a maior do sistema de Ouro Preto, foi 10% superior ao registrado em outubro de 2022. Isso significa que foram disponibilizados 16 milhões de litros de água a mais pela estação em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já em novembro de 2023, levando-se em consideração os números registrados até aqui, a projeção é de fechar o mês com um consumo 13% maior ao de novembro de 2022, ou 39 milhões de litros de água. “Para se ter uma ideia, este volume a mais distribuído pela ETA Itacolomi na sede corresponde, comparativamente, ao volume de água total distribuído mensalmente no distrito de Amarantina”, conta Evaristo Bellini.

Desde janeiro de 2020, quando assumiu a concessão dos serviços de distribuição de água e de esgotamento sanitário de Ouro Preto, a Saneouro investiu cerca de R$ 60 milhões no município. Já entregou três poços de produção de água – localizados em Antônio Pereira, Santa Rita de Ouro Preto e Riacho -, implantou e/ou melhorou mais de 61 quilômetros de redes de distribuição, ampliou e melhorou 17 poços e as quatro Estações de Tratamento de Água da cidade.

“Quando chegamos aqui o sistema de produção e distribuição de água da cidade estava totalmente sucateado. Se não fossem os investimentos que fizemos até hoje, a situação do município diante das condições climáticas extremas estaria bem pior”, disse o superintendente da empresa.

Evento extremo

Ele enfatiza que desde junho a Saneouro alerta a população da sede e dos 12 distritos de Ouro Preto sistematicamente sobre a importância do uso racional da água, em campanha intitulada “Juntos pela água. Se todo mundo cuida, todo mundo tem”. “Eu dei uma série de entrevistas à imprensa sobre o assunto, divulgamos em nossos perfis nas redes sociais, em grupos de WhatsApp, em nosso site, em anúncios na mídia e em reuniões com líderes comunitários”, afirmou Evaristo Bellini.

A previsão de chuvas escassas e calor excessivo eram um alerta de meteorologistas e cientistas desde o primeiro semestre de 2023. O fenômeno é conhecido como El Niño e a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou, em maio deste ano, que ele se desenvolveria com força histórica de 2023 a 2027, trazendo repercussões de grande alcance nas áreas de saúde, segurança alimentar, gestão da água e meio ambiente.

“Nós chamamos vocês aqui hoje em nome da transparência. A Saneouro não quer e jamais irá se isentar de suas responsabilidades. Mas é importante que todos analisemos o contexto global: não é uma situação de falta de água exclusiva de Ouro Preto. Tivemos cenas tristes de crianças carregando baldes de água em Belo Horizonte, vimos o mesmo acontecer em Mariana, aqui do nosso lado, e em uma infinidade de outras cidades, como São Paulo e São José dos Campos”, afirmou.

Os registros em Ouro Preto e em várias outras localidades do Brasil são o reflexo da combinação de baixos níveis de reservatórios (em função de diminuição das chuvas) e de consumo excessivo (fomentado pelas ondas de alto calor). “É uma situação crítica e a solução precisa ser coletiva”, disse, lembrando que a Saneouro não poupará esforços. “Porém são esforços que não vão surtir efeito se todos os usuários não fizerem sua parte”, completou.

Uso racional da água

Mas, afinal, o que é o uso racional da água? Não se trata de deixar de utilizar o recurso. Mas de consumir sem desperdício. Algumas atitudes simples podem ser adotadas por cada um no dia a dia e fazer a diferença, como fechar a torneira ao escovar os dentes; tomar banhos rápidos; reutilizar a água da máquina de lavar; evitar lavar calçadas, quintais, carros e plantas com mangueiras (usar o balde é a melhor opção), entre outros.

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